Liberdade, ética e genética

14 mar Liberdade, ética e genética

Estamos entrando na era da biogenética: cientistas já são capazes de não só codificar os genes de cada ser humano, como também alterá-los, técnica conhecida como CRISPR (em inglês, Clustered Regularly Interspaced Short Palindromic Repeats, ou Conjunto de Repetições Palindrômicas Curtas Regularmente Espaçadas em Português). A nova técnica pode ajuda a curar doenças genéticas, bem como desenvolver plantas tolerantes a estresses do frio e da seca, bem como aumentar a resistência a insetos.

Os testes são polêmicos, e trazem implicações bioéticas. Dentre as críticas feitas estão os riscos potenciais para os indivíduos, já que conhecemos pouco sobre o DNA humano, e qualquer alteração pode gerar uma mutação inesperada. Há também críticas sob o aspecto religioso: para alguns, o genoma humano é inviolável e não poder ser objeto de manipulação.

Nos Estados Unidos, cientistas criaram órgãos humanos em porcos para realização de transplantes, abrindo portas para a clonagem humana. Se bem sucedida a técnica, os elevados custos gerarão uma onda de ricos imortais, estando os pobres fadados ao inexorável encontro com a morte?

A Declaração sobre Genoma Humano e Direitos Humanos da UNESCO, especifica, nos artigos 1° e 11°, que não deve ser permitida qualquer prática que seja contrária à dignidade humana. No artigo 12° especifica que toda pessoa deve ter acesso aos progressos da biologia, da genética e da medicina em matéria de genoma humano, respeitando sua dignidade e seus direitos. Este é o limite: o respeito à dignidade e aos direitos humanos. A manipulação genética viola isso?

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FONTES:

https://cib.org.br/crispr/ acesso em 29/10/2019

https://g1.globo.com/ciencia-e-saude/noticia/2018/11/27/entenda-o-crispr-a-tecnica-de-edicao-de-dna-que-pode-ter-criado-bebes-resistentes-ao-hiv.ghtml acesso em 29/10/2019

http://www.scielo.br/pdf/bioet/v25n3/pt_1983-8042-bioet-25-03-0454.pdf acesso em 29/10/2019