Parte da intolerância política que tem prejudicado o debate político no Brasil é fruto do crescente ódio entre divergentes. Mas de onde vem essa sensação, tão humana quanto o amor?
A escritora Ruth Manus narrou em sua coluna no Estadão: “Estamos vivendo um momento que nos assusta exatamente porque um imenso número de pessoas passou a ter orgulho do próprio ódio, bem como a cultivá-lo ao invés de buscar ferramentas para combatê-lo”.
Psicólogos indicam que o ódio vem do medo, de ser obrigado olhar para dentro de si e lidar com todos os traumas, com a própria história, o que pode criar um senso de ameaça constante, combatido instintivamente com o ódio. Alguns neurocientistas apontaram que o amor e o ódio nascem no mesmo lugar no cérebro humano. O neurobiólogo Semir Zeki, do Laboratório de Neurobiologia da University College London, liderou um estudo que mapeou os cérebros de 17 adultos enquanto contemplam imagens de pessoas que eles admitiram odiar. Os pesquisadores observaram que partes do chamado “circuito do ódio” também estão envolvidas no início de um comportamento agressivo, mas sentimentos intrinsecamente agressivos, como raiva, perigo e medo, apresentam padrões cerebrais diferentes dos do ódio. Esta última observação parece contrapor o senso psicológico de que comportamentos agressivos estão ligados ao ódio.
Embora ainda não tenham conseguido rastrear a origem da raiva a grupos específicos, a pesquisa parece traçar bases científicas objetivas para comportamentos reprováveis, e que ameaçam as liberdades conquistadas pelas democracias liberais. Se bem sucedidas, podem ser utilizadas como forma de prevenção ou de tratamento aos intolerantes, criando um ambiente social mais saudável e mais livre.
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FONTES:
https://emais.estadao.com.br/blogs/ruth-manus/precisamos-conversar-sobre-odio/ – acessado em 27/10/2019
https://www.sbie.com.br/blog/como-psicologia-explica-relacao-de-amor-e-odio/ 27/10/2019
http://sciam.uol.com.br/amor-e-odio-nascem-no-mesmo-lugar-dizem-cientistas/ 27/10/2019